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Você sabia que J.R.R Tolkien lutou na Primeira Guerra Mundial?

  • Foto do escritor: Editora Armindo
    Editora Armindo
  • 16 de mai.
  • 2 min de leitura

Muita gente não sabe, mas J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, foi um veterano da Primeira Guerra Mundial. Ele serviu como oficial de comunicações nas trincheiras da Batalha do Somme, em 1916 — uma das mais sangrentas da guerra. Essa experiência traumática teve um impacto profundo em sua visão de mundo e, de forma sutil, acabou influenciando sua obra literária.


Já deve ter ouvido que suas obras são reflexo diretos da guerra né? Possíveis alegorias em O Senhor dos Anéis.

Mesmo sem intenção declarada, há elementos que despertam interpretações alegóricas:


Sauron como representação do mal absoluto — semelhante a figuras como Hitler ou o totalitarismo em geral.


A Sociedade do Anel, formada por diferentes povos que se unem apesar das diferenças — como uma aliança de nações contra um inimigo em comum.


O Um Anel, símbolo de poder corrompido, comparado por alguns à bomba atômica ou à tentação do controle político absoluto.


O Condado, lar dos hobbits, como uma representação da vida simples, rural e pacífica, ameaçada pelas forças industriais e militares — o que muitos associam ao medo da perda de tradições diante da guerra e da modernização forçada.


E o que Tolkien dizia sobre tudo isso?

Tolkien foi firme em rejeitar a ideia de que sua obra fosse uma alegoria direta. Em um famoso prefácio da segunda edição de O Senhor dos Anéis, ele escreveu:

"Detesto alegoria em todas as suas formas... Prefiro a aplicabilidade, pois ela reside na liberdade do leitor, e não na intenção do autor."

Ou seja, ele queria que cada leitor tirasse suas próprias conclusões, sem impor simbolismos fixos.


Minha visão pessoal

Creio que Tolkien realmente rejeitava a ideia de alegoria e não tinha essa intenção consciente ao escrever sua obra. No entanto, muitas vezes nossas intenções nos pregam peças — e o subconsciente, repleto de memórias, medos e experiências marcantes, pode se manifestar na escrita sem que a gente perceba.

As guerras deixaram cicatrizes profundas em Tolkien, e mesmo sem alegorias intencionais, O Senhor dos Anéis carrega o peso de um mundo que conheceu a dor, a destruição e a esperança de reconstrução.



Bibliografia resumida

  • Carpenter, Humphrey. J.R.R. Tolkien: A Biography. London: George Allen & Unwin, 1977.→ Biografia oficial autorizada, detalha a vida pessoal de Tolkien, incluindo sua participação na Primeira Guerra.

  • Tolkien, J.R.R. The Letters of J.R.R. Tolkien. Ed. Humphrey Carpenter. London: George Allen & Unwin, 1981.→ Reúne cartas pessoais de Tolkien, incluindo suas opiniões sobre alegorias, política e sua obra.

  • Tolkien, J.R.R. The Fellowship of the Ring (Prefácio da segunda edição, 1966).→ Fonte direta da famosa citação sobre o repúdio à alegoria.

  • Shippey, Tom. The Road to Middle-earth. London: HarperCollins, 1982.→ Análise acadêmica sobre a linguagem e os temas da obra de Tolkien, incluindo conexões com guerras e mitologia.

  • Shippey, Tom. J.R.R. Tolkien: Author of the Century. London: HarperCollins, 2000.→ Explora o impacto cultural de Tolkien e interpretações simbólicas possíveis, mesmo sem intenção alegórica.

  • Flieger, Verlyn. Splintered Light: Logos and Language in Tolkien’s World. Kent, Ohio: Kent State University Press, 1983.→ Estudo sobre os aspectos filosóficos e subconscientes da narrativa de Tolkien.

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